segunda-feira, 15 de junho de 2009

Fábula- Luiz Fernando Veríssimo














Pequena fábula infantil hortifrutigranjeira.Era a grande a revolta na geladeira. Todos protestavam contra o peixe, que já estava pra lá de escabeche e obviamente ultrapassara todos os graus de tolerância dos seus convivas dentro daquele espaço apertado. Não era culpa do peixe, claro. Ele simplesmente ficara ali mais tempo do que o devido. Mas precisava compreender que não dava mais. Não dava.O leite, desnaturado, era dos mais exaltados.- Fora! – gritava espumando de raiva.O pimentão também se agitava.- Fora! – gritava vermelho.Os embutidos, ensimesmados, não diziam nada, mas o presunto, que não tinha qualquer sofisticação, que era um cru, murmurava palavrões. Aquele peixe tinha que sair! As bebidas tilitavam, nervosas, e a garrafa de mineral, sempre mal-humorada- problema de gases-, gritava:_ Fora! Fora!O queijo não tinha moral para falar do mau cheiro de ninguém, mas o peixe já passara dos limites do socialmente aceitável. E o queijo também dizia:- Fora!Até o gelo, abandonando a sua conhecida atitude cool, se manifestava:- Fora!Nem todos, é verdade, eram tão radicais. A carne, do tipo mignon, pedia consideração para com o pobre senhor peixe. A galinha dizia que tinha pena dele. As abobrinhas, entretidas numa conversa interminável, não prestavam atenção em mais nada, mas a manteiga e os ovos, que apesar do seu exterior aparentemente duro eram moles por dentro, achavam que o melhor era argumentar com o peixe e convencê-lo a sair, numa boa.A verdade é que todos, com exceção dos que, como a cebola, estavam comprometidos com o prato do peixe, queriam a sua saída.Foi quando o peixe resolveu falar.- Quero ficar mais tempo- disse.Ouviram-se gemidos dos outros ocupantes da geladeira. Os aspargos sacudiram a cabeça. “Madonna”, exclamou a lingüiça calabresa. Será que o peixe não compreendia que estava contaminando todo o ambiente? Como se não bastasse aquele inferno de viverem todos amontoados, no escuro- justamente quando a porta se fechava e precisavam da luz artificial, ela se apagava!- , ainda tinham que agüentar um peixe estragado em seu meio?Mas o peixe insistia.- Quero ficar – disse- para ter tempo de me recuperar.Os outros se entreolharam. Mas como? Não havia, em toda a história das geladeiras, um único precedente para aquilo. Um prato de peixe deteriorado se recuperar com o tempo?- Que absurdo! – disse o iogurte, azedo.E os outros começaram a gritar, já no fim da sua paciência.- Chega!- Nós queremos um peixe fresco!- Fora!Enquanto isso, segregadas dentro de um pote, as azeitonas observavam tudo com seus olhinhos pretos.Luís Fernando Veríssimo, Revista Veja. São Paulo. Abril.
Atividades:
A que tipologia textual pertence este texto?
Em que gênero você o classificaria? Por quê?
Reuna-se num grupo e organize uma aula a ser aplicada com a turma que você escolheu para desenvolver o projeto do Gestar II. Esta atividade serve também para que possamos ter atividades alternativas de avaliação.Organize a aula da forma que julgar mais adequada ao seu grupo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Relatório Referente TP4 08/06/09


No dia 08/06/09 tivemos uma atividade diferenciada, todos os cursistas foram até a Universidade de Orleans, conhecida como Unibave, para poderem elaborar o seu blog, foi uma experiência bastante válida e gratificante, até porque aprender sempre fascinam as pessoas, principalmente quando se referem as novas tecnologias. Os cursistas se divertiram e todas publicaram seus relatórios......